TV PCB Pará - Documentário sobre Raimundo Jinkings

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Heróis do PCB: Raimundo Jinkings


Olá camaradas.
Agora veremos a história do maior livreiro do norte do Brasil e um grande dirigente do nosso PCB. Dirigiu o PCB no Pará durante todo o conturbado período do ocaso da ditadura militar e também durante nosso luta contra o PPS.
Texto extraído da Wikipédia.
Biografia
Nascido entre os trabalhadores rurais, no pequeno povoado de Turimirim, distrito do município de Santa HelenaMaranhãoBrasil, Raimundo Jinkings teve uma infância pobre. Desde cedo aprendeu os diversos ofícios que lhe garantiriam a sobrevivência enquanto aprendia, com o pai, as primeiras letras. Mal entrava na adolescência quando, na sua avidez de saber, em meio aos pertences de seu pai, descobriu e leu o livro do filósofo alemão Schopenhauer “As dores do mundo”, que lhe fez compreender que as lutas dos outros povos do mundo são as mesmas lutas do nosso povo. E que a história do mundo é resultado da eterna luta entre opressores e oprimidos. Acreditava que a transformação do sonho da justiça social em realidade seria possível com esforço coletivo e organizado.
Muito jovem ainda, trabalhando como jornalista e bancário, Jinkings dedicou-se às lutas de resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista e por sua emancipação econômica e política. Assumiu o comando do movimento sindical no Pará, liderando o CGT-Comando Geral dos Trabalhadores, cuja luta pelas reformas de base, urbana e agrária, organizou e fortaleceu o movimento dos trabalhadores do campo e da cidade. Integrava, ainda, os quadros do Partido Comunista Brasileiro (PCB) quando foi deflagrado o golpe militar de1964, que objetivou impedir a transição de uma democracia limitada para uma democracia com ampla participação popular no país.
Como muitos brasileiros que resistiram à ditadura militar, pelas reformas sociais, por democracia e liberdade, Jinkings foi preso, teve seus direitos políticos cassados e foi sumariamente afastado de seu emprego em um banco estatal, pelo Ato Institucional Número Cinco, de 13 de dezembro de 1968, que intensificava o processo repressivo instaurado com a ditadura militar.
Quando saiu da prisão foi nos livros que buscou uma alternativa de sobrevivência. Leitor voraz, havia reunido em sua casa um rico acervo de livros, que comprava pelo reembolso postal, numa época na qual Belém carecia de livrarias. Foi esse contato próximo com editoras do sul do país que deu origem à Livraria Jinkings[1], ainda hoje um marco na vida cultural paraense.
Na condição de livreiro, Jinkings exerceu importante atividade formativa e política, preservando seu espírito combativo mesmo diante de um Estado autoritário, que visava impedir a qualquer custo o pensamento emancipador. A Livraria fundada por ele converteu-se em um ponto de encontro de estudantes, professores, artistas e intelectuais em geral que buscavam ali não somente uma literatura crítica mas também um espaço de discussão e reflexão sobre os rumos do país.

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Primeiros tempos

Raimundo Antônio da Costa Jinkings, o terceiro filho de Raimundo Jinkings e Francisca Leite jinkings, nasceu no dia 05 de setembro de 1927, em Turimirim, pequeno distrito de Santa Helena, região banhada pelo rio Turiaçu, no estado do Maranhão. Alfabetizou-se em uma pequena escola no município de São Francisco, para onde seus pais se mudaram, e continuou a estudar com o pai, em casa. Com apenas 8 anos perdeu a mãe, que morreu de parto deixando 8 filhos. A morte da mãe o marcou para o resto da vida.
Desde cedo aprendeu os diversos ofícios que lhe garantiriam a sobrevivência. Ajudava o pai, seja como boiadeiro, tangendo o gado (algumas poucas cabeças de gado bovino) e cuidando do rebanho de cabras – foi criado tomando leite e comendo queijo de cabra –, seja fazendo viagens a cavalo para o município limítrofe Pinheiros transportando mercadorias para a mercearia de seu pai, o “seu Dico”. Nas horas de folga brincava com ossos de bezerro, com os quais formava boiadas, além de outros brinquedos também improvisados. Aprendeu a caçar fazendo arapucas e pegando alguns animais que levava para comer com a família. Houve época também em que quebrou muito coco babaçu, que era comercializado pela família. Aos 12 ou 13 anos, juntamente com o irmão mais velho Hércules, foi para Pinheiros, para a casa das tias Zirza e Cora, ambas professoras, que o adotaram como filho e acompanharam seus estudos. Era chamado de “Diquinho” pela família.
Mal entrava na adolescência quando, na sua avidez de saber, em meio aos pertences de seu pai, descobriu e leu o livro do filósofo alemão Schopenhauer, “As dores do mundo”. Foi quando compreendeu que a luta dos outros povos do mundo é a mesma luta do nosso povo. Ao mesmo tempo, experimentou as razões do sofrimento do povo e sua vontade de fazer justiça.
Em Pinheiros, simultaneamente aos estudos, foi ajudante de alfaiate e de sapateiro. Já com 17 anos foi, ainda com o irmão Hércules, para São Luis, onde se empregou na tradicional loja de tecidos Rianil. Além disso, ele também vendia quadros de casa em casa e, ainda, estudava à noite.
Chegou a Belém do Pará em 1945. Acabara de completar 18 anos e foi se alistar na Força Aérea Brasileira (FAB), que convocava a juventude para suas fileiras. Foi no dia 29 de outubro de 1945, dia da deposição de Getúlio Vargas, ocasionada por um golpe do Exército, determinando o fim do Estado Novo. Iniciou o trabalho como soldado e em pouco tempo fez o curso e passou a cabo. Completado o tempo estabelecido para o serviço militar, passou a trabalhar como enfermeiro no Hospital da Aeronáutica.
Nessa época morava num casarão, onde se alugava quartos para rapazes, na esquina da Av. Tito Franco - hoje Almirante Barroso - com a Angustura. Continuou os estudos no ginásio Pará-Amazonas.
Em 1949, em uma festa no “Clube dos Aliados”, conheceu Mª Isa Tavares, com quem se casaria e que seria sua companheira por toda a vida. Logo em seguida, em 1950, prestou concurso para o Banco da Amazônia e foi aprovado. O menino santa-helenense conquistou um honroso 4o lugar em português. Ingressou no Banco no dia 26 de janeiro de 1951.

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Militância

Já militava, então, no Partido Socialista Brasileiro, cuja figura exponencial era o Dr. Cléo Bernardo, advogado, professor, deputado estadual e jornalista. Em novembro de 1951, Jinkings foi eleito Secretário Geral do Diretório do Partido e o Dr. Cléo, Presidente, fundando, portanto, o PSB no Pará.
Em 24 de dezembro de 1951 colou grau de humanista (curso ginasial) no Pará-Amazonas, tendo sido escolhido pelos colegas o orador da turma. Sempre se destacando, em 1952 entrou para o “Colégio Estadual Paes de Carvalho”, para cursar o 2o grau, e foi eleito para a diretoria do Conselho de Representantes do Centro Cívico Honorato Filgueiras, quando presidiu a comissão encarregada de elaborar o regimento interno do conselho.
Muito jovem ainda Jinkings dedicou-se às lutas de resistência dos trabalhadores contra a exploração capitalista e por sua emancipação econômica e política. Exercia forte liderança na luta dos bancários, Destacou-se na luta pelo monopólio estatal do petróleo, a campanha “O Petróleo é Nosso”, e foi um dos organizadores do 1o Congresso Regional Norte de Defesa do Petróleo, em 1952.
Em 1952, passou a escrever semanalmente para a "Folha do Norte" e também para o “Flash” e o “Estado do Pará”, iniciando aí a carreira do jornalista R.A. Jinkings.
Jinkings lutava em duas trincheiras: a das ruas e a dos meios (imprensa). Não raro, contam os historiadores, encontrava-se R.A. Jinkings encima de um caixote discursando contra o alto custo de vida (a carestia) e a exploração. Em portas de fábricas ou em praças ele tinha um grande poder de mobilização. Atacava em seus artigos e em seus discursos o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos que em novembro de 1952 estava em processo de análise na Câmara Federal.
Era um momento em que o Pará fervilhava com a luta contra o “baratismo” – o governo do General Magalhães Barata. Havia enorme mobilização popular e de estudantes, com forte repressão policial. Formou-se uma coligação onde o pequeno PSB exerceu aguerrida oposição a Magalhães Barata. O candidato da coligação era o Marechal Zacarias de Assunção que, vitorioso, foi eleito governador.
Raimundo Jinkings casou-se com Maria Isa Tavares Jinkings em 2 de maio de 1953 e foram morar em um pequeno apartamento na Vila do IAPI, no bairro de São Braz. À noite estudava na escola técnica “Fênix Caixeiral Paraense”.
Em 1953, o PSB lançou a campanha Marcha da Fome que Jinkings liderou juntamente com Cléo Bernardo e Jocelyn Brasil. Os dois primeiros - cada um em sua coluna no jornal - deram enorme repercussão à campanha. Jinkings foi preso e processado pelo DOPS, mas, defendido pelo amigo Cléo, saiu vitorioso. A prisão se deu na véspera de um grande ato chamado pela campanha e que fora proibido. Era uma tentativa de impedir sua realização.

Política

A repercussão de seus artigos era grande. O seu estilo direto e “sem papas na língua” provocava reações, muitas vezes do personagem citado, geralmente ligado ao poder. Denunciou, em um de seus artigos, o presidente licenciado do BASA - onde ele era funcionário - o Dr. Gabriel Hermes, que utilizara a estrutura do estabelecimento em prol de sua candidatura. O castigo veio logo: Hermes usou sua influência e conseguiu que fosse punido com a transferência para o Acre – a pior agência do Banco na época. Amigos de Jinkings conseguiram “atenuar” o castigo e ele foi transferido para São Luiz do Maranhão.
Raimundo e Isa Jinkings em 1960, já com 4 filhos, na Praça Batista Campos, em Belém
Em junho de 1955 a família, já com duas filhas – a mais nova com apenas 2 meses - mudou-se para São Luiz e lá permaneceram por 3 anos. Jinkings assumiu interinamente a gerência da agência. Logo, foi convidado para assumir a gerência da agência de Bacabal e mudou-se para lá. Em pouco tempo ganhou a confiança do povo daquela cidade, inclusive dos comerciantes, devido à sua administração, elogiada pela Direção Central.
Estava já com quatro filhos: Nise, Leila, Antonio e Álvaro (os dois meninos nasceram em São Luiz). Continuava escrevendo artigos jornalísticos, sempre com o mesmo espírito de luta e justiça. Participava das lutas sindicais e se aproximou do PCB, devido o PSB não existir no Maranhão.
Decidiu voltar para Belém, em 1959, onde teria melhores condições de educar os filhos e espaço mais amplo para a luta política. O financiamento para a sonhada construção de sua casa havia sido aprovado pelo Banco da Amazônia, mais um forte argumento para o retorno.
Em 1960 participou ativamente da campanha para a presidência da República, em que foram candidatos Jânio Quadros e o Henrique Batista Duffles Teixeira Lott, o Marechal Lott. E, para Vice Presidente, João Goulart, o Jango. Nessa época a candidatura de presidente era desvinculada da de vice-presidente. Jinkings fez campanha acirrada a favor das candidaturas Lott-Jango, privilegiando o aspecto nacionalista. Os três maiores representantes da imprensa oligarca – Assis Chateaubriand, Júlio de Mesquita Fº e Carlos Lacerda - se uniram contra Jango e contra o Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, que reunia intelectuais preocupados com os problemas nacionais. Venceu Jânio para presidente e Jango para Vice. Após um governo caótico, Jânio renuncia em agosto de 1961 em clima de convulsão social. Os militares tentaram impedir que Jango assumisse e foram vencidos por forte resistência popular liderada por Brizola. Jango assume a Presidência da República trazendo muita esperança e otimismo aos trabalhadores e aos nacionalistas.
Jinkings discursa em Ato Político de Paragominas, Pará
Era, então, presidente do Comando Geral dos Trabalhadores – o CGT – no Pará, o jornalista e bancário Raimundo Jinkings. Ele comandou o histórico 1º de maio de 1962 em Belém do Pará, mudando a linha das comemorações, antes com churrascos e festas. O CGT montou um palanque no centro de Belém, na Praça da República, chamou as autoridades locais, e fez um grande comício popular, que saiu depois em passeata. No palanque estavam os oficiais das três armas, o prefeito, o representante do governador e o bispo, como autoridades convidadas, e as Federações de Trabalhadores. Jinkings, como presidente do CGT, fez um discurso festejando a vitória da democracia que empossara Jango e respondeu publicamente a provocações vindas de autoridade ao fundo do palanque. Em seguida falou Zacarias Fernandes, representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores, com a mesma linha política e exaltando o ato promovido pelo CGT. Nesse momento algumas dessas autoridades debandaram, entre elas o bispo Don Alberto e o cel. Jarbas Passarinho. No dia seguinte os jornais estampavam os coronéis esbravejando e batizando Jinkings como “perigoso agitador”, apelido que não o abandonou mais até o início da redemocratização a partir de 1982.
Nasceu em 1961 a filha mais nova, Ivana. Já moravam, então, na nova casa construída com o financiamento do BASA.

[editar]Resistência

Incomodava tanto a direita, conta Alfedo Oliveria, que em 1963, quando se candidatou a vereador de Belém, teve sua candidatura impugnada pelos comandos militares, ainda sob o regime democrático. [2].
Em 1964, no entanto, as visitas ao DOPS “para prestar esclarecimentos” se tornavam mais freqüentes. Em 31 de março o CGT reuniu-se e decidiu deflagrar uma greve geral como resistência ao golpe iminente. Redigiram um manifesto e Jinkings encarregou-se de levá-lo ao Jornal do Dia. Cláudio Sá Leal, que era secretário de redação do jornal, mostrou-lhe o Manifesto de Minas, que o alertou para a gravidade da situação. No dia 1º Jinkings ainda foi ao sindicato para uma reunião que convocara na véspera e lá percebeu a presença de uns bancários “estranhos”. Mesmo assim fez seu discurso defendendo o mandato de Jango, mas, já não havia tempo, estava deflagrado o golpe militar e começavam as prisões. Jinkings era secretário Sindical do PCB e foi ao “aparelho” do Partido, encontrando-se com Jocelyn Brasil, Diretor de Agitação e Propaganda, e Humberto Lopes, Presidente, quando decidiram separar-se e procurar abrigo. Logo após a saída de Jinkings os dois dirigentes foram presos.
Passou uns tempos escondido na casa de amigos e parentes, mas, ante a ameaça de ser demitido do BASA por abandono de emprego, combinou com o advogado, o dr. Alarico Barata, de se entregar.
Foi preso e respondeu a inúmeros IPMs, tendo seus direitos políticos cassados. O banco, impossibilitado de demitir um concursado, suspendeu seu pagamento e só voltou a pagar 1/3 do salário após decisão judicial. Jinkings, enquanto isso, tinha uma família para sustentar: Isa e os cinco filhos pequenos. Montou uma barraca na feira Batista Campos e passou uma temporada vendendo gêneros alimentícios. Os colegas do banco, simpatizantes e até adversários respeitosos faziam questão de ir comprar na banca do Jinkings e da dona Isa. Logo, ele conseguiu se tornar representante de algumas livrarias que já o conheciam como leitor voraz que volta e meia pedia livros pelo correio.
As editoras Civilização Brasileira, Brasiliense e Fulgor passaram a enviar novidades para que revendesse. Assim nascia a Livraria Jinkings, - na sala de visitas do número 1567 da Rua Mundurucus - um marco na história do Pará e até hoje um ponto de encontro. Vendia literatura, livros científicos e políticos. A livraria foi crescendo, tornou-se freqüentada por intelectuais, estudantes e gente de esquerda que faziam dali um lugar de encontro e de debate.
Jinkings continuou sua luta de resistência, ao tempo em que enfrentava os ataques dos opositores. Em 1979 inaugurou um prédio novo na Rua Tamoios nº. 1592, ampliando a livraria em moderna instalação. Era o ano da Anistia Ampla Geral e Irrestrita. Às vésperas da visita de Miguel Arraes, a livraria foi pichada e metralhada pelo CCC – Comando de Caça aos Comunistas, que ainda incendiaram o carro do casal. Durante todo esse tempo também houve várias batidas da Policia Federal em busca de “livros subversivos”. Nesse ponto há muitas histórias interessantes sobre a interpretação dos livros e a estratégia de Jinkings para não se deixar surpreender.

[editar]Democratização

Raimundo Jinkings, representando os trabalhadores do Pará, discursa ao entregar documento de reivindicações políticas a Tancredo Neves. Na presença de Sarney, Ulisses Guimarães, Jader Barbalho, por ocasião da Campanha pelas Diretas. Foto Leila Jinkings
Na livraria havia um grande salão nos altos que foi sede de reuniões políticas e culturais de inúmeros eventos, durante toda a redemocratização. Foi formada a Frente Democrática em que Jinkings estava no comando. A esquerda e os democratas apoiaram Jader Barbalho nas eleições de 1982, derrotando a chapa dos conservadores remanescentes de 1964 Oziel Carneiro e Jarbas Passarinho.
Jinkings continuava a escrever artigos políticos onde denunciava fraudes e escamoteações da “desesperada oposição” e também expunha seu ideário marxista leninista.
Foi novamente preso em 1982, desta vez em São Paulo, onde participava do VII Congresso do PCB. Oficialmente era um encontro da Editora Novos Rumos, já que era ainda ilegal a organização. Lá, Raimundo Jinkings foi eleito para o Comitê Central. Por recomendação dessa organização, foi candidato a Deputado Federal em 1986, obtendo cerca de 6 mil votos, número considerado bastante expressivo, especialmente pela campanha anticomunista, já que usava a sigla e o nome do Partido.
Depois de tantas lutas e tantas vitórias, enfrentou uma decepção: a onda que ameaçou a existência do Partido, quando alguns de seus membros correram a acolher as idéias de Gorbachev e tentaram mudar o ideário e os símbolos do Partido Comunista Brasileiro. Com ardilosa estratégia, conseguiram apropriar-se dos bens do Partido, simulando uma maioria no X Congresso, realizado em São Paulo. Renegavam os símbolos e o ideal marxista, mas se diziam o mesmo partido, para manter a estrutura física e a formal. Sem arrefecer, Jinkings, acompanhado de inúmeras lideranças, como Oscar Niemeyer, Ana Montenegro, Horácio Macedo, Zuleide Mello e muitos outros, refundaram o PC – Partido Comunista – e lutaram para reaver a sigla (PCB), que era disputada com Roberto Freire, que chegou ao cúmulo de registrá-la no INPI, como sua propriedade.
Mais uma vitória de Jinkings: o Pará foi um dos primeiros entre os poucos estados brasileiros que conseguiram o registro formal do Partido, enfrentando uma burocracia restritiva cruel. Mais uma demonstração da sua tenacidade e convicção.
Só foi vencido em 1995, depois de longa enfermidade, não sem lutar muito. Antes, em 1993, foi eleito o Livreiro do Ano pela Câmara Brasileira do Livro e foi homenageado na Bienal do Livro. Deixou como legado a sua luta pela igualdade e contra as injustiças, o seu amor aos livros, uma família – 5 filhos, 9 netos e 1 bisneto – e muitos amigos que permanentemente o homenageiam.
Em 2007, foi construída uma página na internet, o blog do Raimundo Jinkings[3], por iniciativa de amigos, filhos e netos, além da sua companheira Isa, com o objetivo de manter viva sua história.

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